sábado, 29 de março de 2014

GQ na Copa e na cozinha (3)

GQ na Copa e na cozinha (3)


Ao longo de épocas, modas e viagens, cada um possuía seus talheres de uso individual e particular, e personalizados, seus instrumentos de trabalho. Instrumentos para refeições acomodados em belas caixas trabalhadas e decoradas. Com desenhos e brasões podiam expressar um poder, e transportavam seus talheres a portentosas refeições. Caixas que hoje seriam denominadas de cases. Instrumentistas guardam seus instrumentos musicais em cases de transporte. Todo artista tem que ir onde o povo está e seu instrumento vai acomodado e protegido.

Churrasqueiros profissionais possuem cases para transportar seus instrumentos de trabalho: pegadores, facas, garfos, chaira e etc. Restaurantes que buscam os padrões de qualidade possuem na entrada da copa/cozinha escaninhos onde funcionários guardam suas ferramentas de uso diário e culinário, suas armas de trabalho. Tal como um quartel ou um forte, onde soldados guardam suas armas no paiol das armas. Equipamentos, facas, armas e utensílios de uso individual, destinados ao dono e ao alimento a ser preparado para defesa da fome, do território e do conhecimento.

Hoje os comensais trazem consigo seus hábitos e seus costumes. Clientes de restaurantes já não portam cases com talheres, mas portam seus comportamentos com hábitos e costumes. Buscam locais com uma refeição que satisfaça seus gostos e seus apetites. Locais que se adaptem as suas posses e conhecimentos. A busca de uma satisfação dos talheres sobre à mesa ao deguste da sobremesa. Algo que restaure suas forças físicas, químicas e biológicas.
Na busca incessante do melhor atendimento o empresário gastronômico deve buscar suas armas e ferramentas. Uma analise PDCA deve ser verificada. Uma analise da sua proposta comercial: analise de localização, o ponto comercial (P); uma analise de direcionamento de público, a que público se destina (D): um cardápio adequado ao seu público (C); e um ambiente compatível com a proposta (A).

Todos os itens devem estar relacionados: PDCA - programando despesas, custos e atividades; PDCA - planejando, desenvolvendo, construindo e aumentando (negócio); PDCA - projetando, delegando, chefiando e agindo; PDCA – procurando diretrizes e caminhos, clientes e associações.

Assim como cozinheiros e instrumentistas tem suas ferramentas de trabalho, administradores dever ter suas ferramentas de analise e acompanhamento de processos e procedimentos. Utilizar ferramentas prontas e importadas ou ferramentas adequadas e modeladas, adestradas a seus processos.

Algumas alternativas existem: utilizar modelos prontos, importados e formatados, talvez sucateados. Criados e moldados para objetivos próprios e de outras realidades. Reengenharias e ferramentas de gestão e sustentação. Alternativa de quebrar o mito da caverna, de ver e repetir sombras. Alternativa de não mais copiar modelos adequados a outras culturas, com outros conhecimentos, outras histórias e outras formações.  Mudar o paradigma: PDCA - produzir e desmitificar chavões e arcabouços

Alternativa de criar modelos próprios como MIRNAS e/ou MARINAS. Modelos Indicadores de Resultados Norteados por Ações e Socializações e/ou Modelos Avançados para Resultados com Indicadores Norteados por Ações e Sistematizações (citado em “Gestão da qualidade e qualidade da gestão – parte 7”. Jornal Metropolitano em Parnamirim/RN de 29/11/13 a 6/12/13)

 Alternativa de introduzir novos conceitos e novas noções. Atribuir qualidades e selos de qualidade. Objetivar resultados satisfatórios a produtores e usuários, empresários e clientes. Estabelecer uma matriz e uma metodologia (M), identificar problemas e informações (I); estabelecer regras e roteiros, reengenharias (R); estabelecer normas e norteamentos (N); estabelecer metas e alvos, ações e atividades (A).

Toda expectativa da Copa do Mundo no Brasil foi baseada em uma melhoria e qualidade almejada. E qualidade é sistemática, deve ser constante e cíclica. MIRNAS – Modelos de Intenções e Realizações Norteados por Atividades Sistematizadas. MARINAS – Modelos de Ações, Realizações e Intenções Norteadas por Atividades Sistematizadas. MILKAS – Modelos e Mapas Ilustrativos por Linhas e Komunikologia, Ações, Selos e Sistemas.

E o maior legado da Copa deve ser a maneira de pensar e agir, de oferecer e de exigir. Mudar e participar de mudanças, mudar de patamar. Selos de qualidade MP – Master Point, para Maurício e Potiguar. Selos de qualidade para Mauricinhos e Patricinhas, Mães e Pais. Identificando locais com o Melhor Produto, a Melhor Pizza, a Melhor Paquera e o Melhor Ponto. Com marketing e propaganda, melhorias e parcerias.

Entre Natal e Parnamirim/RN ─  29/03/2014


Texto escrito para:

Jornal de HOJE – Natal/RN

terça-feira, 25 de março de 2014

Mudança de paradigma

Mudança de paradigma



A indústria fonográfica se popularizou com o uso de gramofones. Usuários e ouvintes, sem energia elétrica giravam uma manivela que produzia um giro constante no disco, reproduzindo o som gravado. Os aparelhos de reprodução de som evoluíram para vitrolas, toca discos e pick-ups, sempre com o mesmo princípio do disco girando. Depois surgiram gravadores com rolos de fitas e dois eixos que faziam os carretéis girarem. Dos gravadores com rolos e carretéis de fitas surge a fita K7. E os gravadores continuaram girando e exibindo gravações tal como o disco de vinil.

A informática começou com enormes computadores e grandes rolos de fitas onde eram gravadas as informações, girando para um lado para o outro, á procura de dados gravados. Evoluiu para disquetes flexíveis e disquetes rígidos. Todos girando e informando dados gravados. O disquete rígido é o símbolo de gravação na barra de ferramentas em programas computacionais. Embora muitos nunca o tenham usado, é um símbolo representativo, uma komunicologia utilizada. Os disquetes foram substituídos por CDs e DVDs, que continuaram girando.

Os primeiros relógios analógicos e movidos à corda, com ponteiros girando em torno de um eixo, evoluíram para digitais com diversas fontes de alimentação. Câmeras fotográficas usavam filmes acomodados em rolos. Hoje novas mídias de gravação de informações e dados, sons e imagens; como pen drives e cartões de memória não giram mais, mudou-se o paradigma.

Homens investigaram o céu e conseguiram ideias e respostas. Astros denominados planetas giram em torno de uma grande estrela, e alguns planetas possuem satélites que giram em torno deles. O homem construiu seus artefatos e estratégias também girando em torno de algo, e em torno de si. Com parafusos, brocas e furadeiras girando construiu aparelhos e edificações. Satélites artificiais reproduzem os movimentos de satélites naturais.

Cometas tem uma orbita elíptica e a cada quantidade de tempo passam pelo mesmo ponto no espaço. Povos da antiguidade associavam sua passagem com uma antecedência de grandes acontecimentos, novas mudanças. Mudanças de paradigmas mudaram as regras e comportamentos da sociedade. A Estrela de Belém foi uma aparição no céu que anunciou o cristianismo.

Há muito tempo o homem prevê e teme a destruição do planeta, talvez por um asteroide que fará mudar a vida terrestre, destruindo a Terra ou alterando a sua órbita. Algumas teorias e visões existem, como o Hercóbulos, conhecido como planeta vermelho, e quem sabe até, um planeta invisível. Algo pode surgir a qualquer momento na escuridão do espaço infinito, e mudar o paradigma terrestre.

Da mesma forma são as pessoas, as escolas e as empresas; as instituições formadas por pessoas. Passam a vida girando em torno de um astro, de um modelo, ou de uma ideia. Até o dia que um novo paradigma surja. Chegue e destrua suas ideias, suas concepções e suas composições. Mude seus modelos rotacionais, ou mude suas direções e trajetórias. A NASA já anuncia uma decadência do planeta, baseando-se em estudos de impérios que perderam seus status ao longo da história.

Informática em Revista (IR) tem sua base editorial próximo à Barreira do Inferno, e em 2014 lança o seu primeiro satélite, João Pessoa-PB. Natal/RN e natalenses já viveram e conviveram com padrões e patrões portugueses, holandeses e americanos. Estão convivendo agora um patrão de padrão FIFA. A cidade vem sendo destruída e modificada, uma nova órbita deve ser implantada.

Novas mídias e multimídias vão surgido produzindo um novo comportamento, novos ângulos de ver, pensar e agir: “A ultima maçã” (IR nº 75, Out/12); “2012 - O ano que o mundo acabou” (IR nº 78, Jan/13);  “Concierge e ETC” (IR nº 90, Jan/14); “Bureau de Informações e Wunderkammer” (IR nº 91, Fev/14); “Bureau de Serviços” (IR nº 92, Mar/14). Fórum do Maracajá: http://forumdomaracaja.blogspot.com.br/



Entre Natal e Parnamirim/RN ─  19/03/2014


Texto escrito para:

Informática em Revista – Natal/RN



GQ na Copa e na cozinha (2)

GQ na Copa e na cozinha (2)


A cidade de Natal/RN está localizada na esquina do continente sul-americano. Teve ao longo de sua história patrões com padrões portugueses, holandeses e americanos. Agora aguarda e prepara-se para receber novos patrões com padrões FIFA. Um patrão internacional reconhecido por inúmeros países em todos os continentes.

Regras, espaços, participantes, povos e públicos pré-estabelecidos e pré-determinados. Regras que vão alem do campo e dos estádios, atingindo o raio de alguns quilômetros. Regras mercadológicas e midiáticas; regras jurídicas com legados e delegados. Da arbitragem em campo aos tribunais extraordinários, instalados nas arenas com juizados especiais para pequenas causas. Turistas e torcedores estrangeiros ainda têm direito a uma cartilha oferecida pela FIFA dando dicas de como se comportar em países de culturas e comportamentos diferentes.

O turismo provoca um afluxo de pessoas a determinados locais por diversas razões: sejam elas, dos locais, dos transportes ou dos viajantes. Locais que possuem uma história e uma cultura, construídas ao longo de sua ocupação com suas estórias e histórias. Atrativos históricos, bucólicos e gastronômicos. Características climáticas e geográficas como incentivos de viagem e acomodação.

Copa do Mundo é uma estratégia para trazer e fazer turismo, conhecer novos lugares, outros estados e países. Nos tempos de paz a Copa mundial de futebol funciona como uma guerra não declarada. Uma guerra simbólica nos campos gramados com uma invasão pacífica correndo pela retaguarda. Um turista deseja conhecer um pouco de tudo, da nova cidade ou região a ser visitada e conhecida. Invadir, experimentar, vivenciar e ocupar. E um pouco de tudo está inscrito e descrito na culinária local. Um exército de estomago vazio na ganha uma batalha.

A comida típica é um relato histórico da população local, por invasões sofridas e ocupações realizadas. As primeiras ocupações de uma região começam com a necessidade da busca de água, por frutos nativos, animais de caça e de pesca. Com fogo e utensílios, técnicas e temperos já conhecidos, preparam-se novos pratos diferenciados pelos costumes, e ordem de adição dos ingredientes.

Água e apetrechos culinários; frutos e raízes; animais de pesca e caça; mais os conhecimentos de preparo dão início a uma culinária local. A junção dos quatro elementos: terra, água, fogo e ar, dão origem a um quinto elemento de aroma e sabor.

Ocupantes bélicos do Forte Reis Magos (Natal/RN) necessitavam subir pelo rio Potengi com canoas e toneis para buscar água potável para uso do forte. Buscavam lugares e fontes onde a água era menos salobra. Com certeza descobriram frutos e frutas, trunfos e trufas. O forte teve ocupações portuguesas e holandesas ao longo da história local. O forte estabelecia uma ocupação estratégica e militar. E a necessidade de água potável favoreceu a ocupação do interior subindo o grande rio.

No século passado hidro aviões americanos pousaram, em local próximo ao Forte dos Reis Magos, fazendo escala de abastecimento. E assim a cultura local foi se construindo e se modificando. Constam informações que Natal foi a primeira cidade brasileira a mascar chiclete, a consumir coca cola, e usar óculos tipo ray ban, no estilo aviador.

A história da alimentação constrói a história de um local, representa a cultura local. A necessidade de alimento; a disponibilidade de alimentos; e o conhecimento de quem faz e quem degusta. Sabores e saberes estão implícitos em cada prato típico. O homem modifica o meio, e o meio é modificado pelo homem. A culinária local é modificada por povos invasores e o povo invasor modifica a sua própria culinária. O homem constrói e destrói.

Aves modificam o ambiente ao transportar sementes de um lado para o outro. Abelhas e outros insetos modificam o ambiente ao transportar o pólen entre as flores provocando uma fecundação. Cada qual com a sua práxis de modificação. O homem modifica o ambiente com guerras e invasões, ocupações bélicas e pacíficas, ocupações de povoamento e turísticas. Navios transatlânticos e aviões intercontinentais tem a capacidade de transportar enormes quantidades de passageiros com títulos de turistas e imigrantes.


A retornar de uma viagem, de uma guerra ou uma ocupação, o migrante retorna com novos conhecimentos dos locais onde esteve da mesma forma que deixa suas visões e suas ideias por onde esteve. O conhecimento vem dos livros que lemos, das pessoas que convivemos, dos lugares onde estivemos e da comida que comemos.